QUEENS
PT
A poesia é a única política.
Paul B. Preciado
O mundo Drag tem sido amplamente documentado ao longo do tempo, seja por motivos estéticos, políticos ou pela atracção por uma subcultura contracorrente. Punk até, diriam alguns.
QUEENS pretende reflectir sobre diversidade e identidade, retratando uma pluralidade de artistas através de uma representação igualmente plural, iconográfica e metafórica.
Encarar o corpo como um espaço de criação e de ser, um devir, abre terreno para a construção de uma política pós-identitária - uma política de drag somático, nas palavras de Paul B. Preciado -, onde a liberdade política se mistura com a poesia, a metáfora e a experimentação como resistência à violência normativa. O Drag representa, assim, uma forma de resistência a essa violência, uma luta pelo direito a ser, pelo direito a devir.
Simone de Beauvoir afirmara que “o corpo não é uma coisa, é uma situação: é a nossa tomada de posse do mundo e o esboço dos nossos projectos.”. Façamos dele, então, a situação - e a poesia - que quisermos. Nada mais punk do que isso.
Drag Queens retratadas: Alejandro Beauty, Allan Lynn, Belle Dommage, Cherry Flavor, Dyanne Star, Eva Brown, Inny Legs, Katy Wandolly, Linda Xennox, Joyce Martinez, Kina Karvel, Naomy Beauty, Nany Petrova, Stefani Duvet.
Fotografia de Arquivo: Kina Karvel
Fotografias analógicas: Kina Karvel e Cherry Flavor
EN
Poetry is the only politics.
Paul B. Preciado
The world of drag has been widely documented over time, whether for aesthetic or political reasons, or for the attraction of a counter-current subculture. Punk even, some would say.
QUEENS aims to reflect on diversity and identity, portraying a plurality of artists through an equally plural, iconographic and metaphorical representation.
Viewing the body as a space for creation and being, a becoming, opens the way for the construction of a post-identity politics - a politics of somatic drag, in the words of Paul B. Preciado -, where political freedom blends with poetry, metaphor and experimentation as resistance to normative violence. Drag thus represents a form of resistance to this violence, a struggle for the right to be, for the right to become.
Simone de Beauvoir said that “The body is not a thing, it is a situation: it is our grasp on the world and our sketch of our project”. So let's make it the situation - and the poetry - that we want. Nothing more punk than that.